terça-feira, 12 de maio de 2015

Lenda da Bruxa Bárbara dos Prazeres

Bárbara nasceu em Portugal em 1770. Tinha 18 anos de idade quando veio para o Brasil com seu marido. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com seu amante. Consta que o homem, porém, passou a explorar a jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga, Bárbara o matou também.
Com duas mortes nas costas e sem meios de sobreviver, restou à jovem de 20 anos ganhar a vida como uma prostituta, e foi fazer ponto no Arco do Telles, lugar já muito mal afamado nessa época, onde angariou vasta clientela por causa de sua beleza. Durante quase 20 anos ela reinou ali, e julgou ter encontrado seu lugar. Bela e atraente, era procurada por gente da alta sociedade e da nobreza que iam de longe para conhecê-la. Por algum tempo, Bárbara dos Prazeres, era seu nome de guerra, teve uma casa e boas condições de vida. Mas sempre se envolvia com tipos que a exploravam e acabava perdendo tudo.
Dizem que a expressão " A bruxa está solta" foi inspirada na figura dela.
Com o tempo, a vida desregrada começou a cobrar seu duro preço. Bárbara havia envelhecido e já não atraía tantos homens. Os cabelos estavam ficando grisalhos, os dentes estavam podres e seus encantos iam desaparecendo. Alguns riam de suas propostas e a ridicularizavam, ela os xingava e cuspia neles. Certa ocasião teria levado uma surra de dois escravos a mando de seu senhor, que se enfureceu com suas maldições. A partir de então se queixava de dores nos ossos que a cada dia ficavam mais insuportáveis. Também é provável que tivesse contraído sífilis, o que afastava ainda mais os clientes.
Desesperada, Bárbara foi a uma casa de magia negra, em busca de uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse jovem e bonita outra vez. Uns dizem que isso custou todo o dinheiro que havia juntado, outros que o preço foi sua própria alma. O fato é que um bruxo lhe ensinou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os componentes eram certas ervas que se poderiam encontrar nas matas da cidade, mas o outro ingrediente era mais complicado... a receita exigia sangue humano ainda quente, melhor ainda se fosse de crianças.
Bárbara então passou a raptar meninos e meninas pobres, filhos de escravos e mendigos. Andava pelas ruas sempre de olho nas crianças sózinhas. Oferecia doces ou brinquedos pasra ganhar a cinfiança dos pequenos e os levava até sua casa. Lá ela as estrangulava, e depois realizava o sinistro sacrifício. Atava a vítima de cabeça para baixo numa corda, içando-a sobre um balde ou tina colocados embaixo. Com uma faca afiada lhes cortava a garganta e recolhia o sangue ainda quente, para fazer a poção demoníaca...
Não se sabe quantas crian~ças a feiticeira sacrificou em seu lúgubre ritual de rejuvenescimento. Também não se sabe se funcionou ou não, mas sua loucura a fazia acreditar que o ritual fazia efeito.
O pavor tomou conta da população carioca à medida que crianças desapareciam sem deixar vestígios, e depois apareciam mortas e degoladas nos lugares desertos. Os suspeitos foram muitos, e as crianças passaram a ser trancadas em casa por suas mães e não saíam mais sózinhas, o que dificultou a ação de Bárbara.
Bárbara precisava do sangue de suas vcítimas, assim começou a ficar de tocaia na Roda dos Expostos da Santa Casa de misericórdia, onde eram abandonados os bebês que as mães rejeitavam. O bebê era colocado em uma espécie de bandeja giratória e um sino era tocado, fazendo a bandeja girar para dentro. Lá as freiras apanhavam as crianças e as encaminhavam para os orfanatos. Esse instrumento evitou a morte de muitas crianças que antes eram simplesnente afogadas ou abandonadas nas ruas. Então Bárbara passou a usar o sangue desses bebês inocentes, mas um dia ela quase ficou com o braço preso no mecanismo giratório e as religiosas a viram.
Não se sabe ao certo como se descobriu a autoria de Bárbara nos crimes, mas a feiticeira se tornou a mulher mais procurada da cidade, porém nunca foi presa. Consta que teria vivo até 1830. Nesse ano, um cadáver de mulher apareceu boiando próximo ao Largo do Paço, com as feições irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara dos Prazeres, mas ninguém soube dizer com certeza, pois não existiam exames apropriados na época.
Mas há quem diga que Bárbara dos Prazeres continua viva até hoje, eternamente jovem e bela, graças à sua fórmula de rejuvenescimento, e continua matando crianças pelas sombras...
Fonte: Google.

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